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domingo, 30 de outubro de 2016

ESCORIAL




Se o Palácio Real de Madrid tem um aspeto exterior imponente e monótono, o Palácio de San Lorenzo del Escorial ou Real Monasterio San Lorenzo del Escorial de Filipe II, construído entre 1563 e 1584, apresenta além disso uma austeridade difícil de compreender para morada de reis. Na realidade, o interior foi concebido como mausoléu dos reis e retiro contemplativo em plena Serra de Guadarrama, a 45Km a noroeste de Madrid. Existe ainda hoje um mosteiro de augustiniano fundado em 1571.Mas começando pelo exterior de granito, com milhares janelas iguais (2.600), e portas iguais (1.200) dá a sensação que este Palácio/Mosteiro não tem fim.
Vista exterior do Palácio/Mosteiro do Escorial
É absolutamente grande, imenso, estruturado com uma rígida geometria, que serve para demonstrar grandeza e austeridade de acordo com o seu promotor Filipe II.
As motivações que levaram este rei a construir o Monasterio de El Escorial foram essencialmente duas: primeiro, cumprir uma promessa de construir um templo para agradecer a vitória na batalha de San Quintín contra los franceses, ocorrida em 10 de Agosto de 1557, dia de S.Lourenço. É de referir que em todas as estátuas, o santo segura uma grelha (foi queimado vivo sobre um braseiro ardente) e uma Bíblia. Encontramos também a grelha nos manípulos das portas.
Estátua de S.Lourenço
Em segundo lugar, o desejo do seu pai Rei/Imperador Carlos I (1500-1558) de Espanha e Carlos V do Império de Habsburgo, de ser enterrado ao lado da sua esposa Isabel de Portugal.
Decide então que esta obra deverá converter-se num Panteão Real da dinastia dos Áustria começando pelo seu pai e sua mãe.
Juan de Herrera foi o artífice e “criador” desta magna construção com estilo arquitetónico singular “o herreriano”. Não sei se fez escola!
Mas esta seria a “obra” de Filipe II, que acompanhou pessoalmente o desenvolvimento da edificação, apesar do vasto império que tinha para governar, uma vez que herdara em 1580 também o reino de Portugal e todas as suas dependências descobertas nos vários continentes.
Era o senhor do mundo, mas vestia-se de negro sem ostentação.
Já muito doente quis morrer aqui, num quarto sóbrio, austero, sendo transportado numa cadeira para esta última morada. A cadeira é mostrada como autentica, junto ao seu modesto leito, tendo apenas o essencial para o recolhimento espiritual nesta final de vida.
No centro desta obra ergue-se uma interessante Basílica, consagrada em 9 de Agosto de 1586. 
Exterior da Basílica do Escorial
O interesse está no altar muito trabalhado e como que dum cenário se tratasse, está ladeado por dois altares laterais onde rezam a real pessoa de Filipe II e as várias mulheres (lado de la epístola) e no lado oposto (lado do evangelho) o seu pai Carlos V e Isabel de Portugal, a grande paixão da sua vida.
Neste último altar vê-se símbolo do reino de Portugal, país de origem da rainha.
Altar mor da Basílica do Escorial
Carlos V e Isabel de Portugal rezando do lado do evangelho
Biblioteca é espetacular, com um pormenor original, as lombadas dos livros estão viradas para dentro para se ver o dourado que cobre as folhas. Tem lindos tetos renascentistas pintados com cores suaves e harmoniosas.
Na entrada, lemos uma inscrição que ameaça com pena de excomunhão, todo aquele que roube algum livro ou objeto depositado nesta sala.
Destaca-se ao centro uma esfera armilar de madeira fechada realizada em Florença por Antonio Santucci.
Biblioteca
Panteão dos reis está situado em baixo do altar-mor da Basílica. Aqui repousam os reis ao lado das respetivas esposas cujos filhos foram reis. Noutra área estão sepultadas as rainhas sem filhos reis, infantes e na mais rica sepultura talhada em mármore de carrara, o meio-irmão de Filipe II, Juan, seu grande amigo e aliado na governação.

Pátio dos Evangelistas  São Lucas, São Mateus, São João e São Marcos, representados em mármore com um livro aberto, tem uma grande escadaria, aqui tudo é grande, mas agora encontramos um belo teto renascentista com representações reais enquadradas com figuração religiosa mas de perceção difícil por devido à altura.
Pátio dos evangelistas
Detalhe do Pátio dos evangelistas
Nas Salas Capitulares podemos observar seus tetos pinturas de Urbino, Granello e Castello. Eram salas de reunião dos monges em capítulo para tratar dos temas habituais da ordem.
Salas capitulares
Palácio dos Bourbons Carlos III (1759-1788) e Carlos IV (1788-1808), foi adaptado para a sua permanência neste palácio, quando vinham para as campanhas de caça e passeios campestres. Adornaram os aposentos de uma ala com belíssimo mobiliário ao gosto francês, ricos relógios e outras peças decorativas, mas o que ressalta é uma grandiosa coleção de 300 tapeçarias que enchem completamente paredes e soalho. Algumas foram manufaturadas pela Real Fábrica de Santa Bárbara e outras foram encomendadas na Flandes, França e Itália.

Obviamente, que neste grande edifício, foram só referidas as áreas mais impressionantes pelos aspetos singulares e com beleza artística. O interior é de longe mais belo que a arquitetura exterior algo repetitiva e sem rasgos de originalidade ou criatividade.

... o Mosteiro das Descalças Reais fica no centro de Madrid e como o nome indica cativa a curiosidade...


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