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sábado, 29 de outubro de 2016

MADRID - Palácio Real




No auge da sua supremacia histórica, os reis espanhóis construíram palácios para mostrar e demonstrar o seu poder. São grandes, bem conservados mas monótonos. Muitas janelas, iguais, desenhadas à esquadria, como se fossem feitas em série…

Não identifico o estilo, mas exteriormente o que interessava era a grandeza e não a beleza. É uma opinião, mas foi o que senti.Os jardins estão bem cuidados, geométricos como mandava a moda da época, adornados com estátuas de génios, escritores e filósofos. Serão identificadas pelos madrilenos? São vistos em conjunto, em perspetiva e servem para o orgulho: “muy guapas, preciosas”...
Os visitantes é que se preocupam em compará-las com as imagens da múltipla informação que carregam durante o dia, tirar fotos de pormenores e do todo, como hobby, vício, para ajudar a memória e levar para casa o que consideraram bonito num determinado momento.
O Palácio Real, o maior da Europa em área coberta, está situado no centro de Madrid, estrategicamente localizado entre o Teatro Real e a Catedral de Almudena, para que as necessidades espirituais e de diversão da real família fossem satisfeitas sem deslocações demoradas e inseguras.
Como disse janelas, muitas janelas iguais, arcos parecidos com obra recortada em papel, não chamam a atenção, procura-se algo diferente ...o formato dos candeeiros talvez... 

A entrada é majestosa. Somos recebidos por Carlos III, como Imperador romano, em Madrid, no século XXI.
É a primeira imagem que se vê e a intenção era essa, enquanto subimos as escadas de mármore de Sabatini, que nos levam a este altar de imortalidade.
O que me impressionou não foi a pose do dito "imperador", mas toda a envolvência, realmente imponente como era pretendido.

Pretende-se também que todos levem estas imagens e só aqui as fotos são permitidas. Depois não, é preciso comprar o livro, o postal, a chávena, o íman, etc.
Os gostos estéticos dos monarcas promotores do Palácio, Carlos III e Carlos IV da dinastia Bourbon, pautam-se pela exuberância de brocados com cores fortes, dourados, porcelanas, vitrais, relógios, tapeçarias, mobiliário trabalhado minuciosamente, enfim tudo do mais rico que se possa imaginar, mas a riqueza e beleza das peças, porque são muitas e “amontoadas”, perde-se… e é pena.
Acho que enchiam outro Palácio e sobravam algumas para museus de província.
A Sala da Porcelana apresenta um excelente trabalho de revestimento de paredes completamente cobertas com porcelanas da fábrica Buen Retiro, verde e branca com desenhos de querubins e grinaldas. O teto compõe o conjunto e o reflexo dos espelhos cria uma composição algo “pesada”.
Sala da Porcelana
Mas, quando tomava o café reparei que as chávenas eram da Vista Alegre!...

A Sala do Trono, de tanto espelho, dourado, vermelho, excesso de desenho, de animais simbólicos, pareceu-me a decoração de “novo rico” a mostrar riqueza.

O quarto real a mesma exuberância, pelo excesso de elementos decorativos que nem sempre combinam, as superfícies lisas, de uma cor, são poucas, a nossa visão tem dificuldade em ser seletiva!
Reconheço, saí um pouco "ofuscada" pelo excesso de decoração, de informação...para processar.

Visitei uma exposição temporária e fiquei "refrescada" com esta pintura denominada "Estação das chuvas 3” de Miquel Barceló 1989-1990.
É verdade, gosto da chuva, mas este quadro tem movimento e está molhado!

Para amenizar a música da trompete deste artista de rua...


... o Palácio do Escorial, impõe-se novamente pela sua grandeza, austeridade,
 é para fazer uma visita... 


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