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domingo, 16 de outubro de 2016

MINAS GERAIS - Belo Horizonte

A Maria Fumaça, trem antigo, turístico, deve ser dos poucos existentes no Brasil.
A exploração do caminho de ferro brasileiro daria uma história com ingleses à mistura. Uma certeza eu tenho, não é por falta de ferro… que praticamente não existem linhas de caminho de ferro no Brasil...
Sim, deita fumo, é de madeira assentos e carruagens e leva-nos de Tiradentes a S.João del Rei no interior de Minas Gerais e a minha imaginação a uma época de damas de vestidos compridos, chapéus e cavalheiros solícitos, sim os mais abastados devido ao ouro.


Maria Fumaça a deitar fumo
Maria Fumaça parada na estação
Mas agora o destino é Belo Horizonte, uma cidade construída para a modernidade. As antigas cidades da era do ouro deveriam ser preservadas, para lembrar um passado glorioso e não podiam ser adaptadas às exigências da época actual.

Situada num planalto, perto do Rio de Janeiro e de S. Paulo, tem vida própria e orgulho mineiro. Não vê o mar, mas as serras que enriqueceram populações com minérios vários. O ferro ainda se explora no século XXI e parece inesgotável. Mas como disse, não existem linhas de caminho de ferro ou estão desactivadas

Do belo no Mirante das Mangabeiras avistei uma cidade grande a expandir-se em todas as direcções. Existem zonas privilegiadas, com arquitecturas modernistas, mas harmoniosas.
Vista geral de Belo Horizonte do Mirante das Mangabeiras
A criação de gado leiteiro é uma herança dos tempos antigos.
Os queijos mineiros são saborosos e famosos em todo o Brasil e além fronteiras. Quem não conhece o pão de queijo que nasceu aqui?
A gastronomia é variada, lentamente cozinhada nas panelas de pedra. O feijão tropeiro era a ementa das tropas que percorriam os campos à procura de riqueza e ainda hoje faz parte da ementa de muitos botecos” onde se pode "picar" sempre algo especial com refresco de água de coco.
Até dizem: só em casa de mineiro é que gula não é pecado”.


No mercado, cartão de visita da cidade, vendia-se quase tudo. Boa exposição de produtos especialmente a imensa variedade de frutas e de queijos já referidos e manteiga em garrafa. O que achei original e fiquei com vontade de trazer foi uma panela de pedra, mas para atravessar o Atlântico com a encomenda, o avião ia ao fundo.
Variedade de queijos mineiros
O coco com a água

Praça da Liberdade, perto do Hotel do mesmo nome, é um misto de edifícios neoclássicos do tempo da fundação bem conservados, com um Niemeyer desenquadrado e a precisar de obras. Salvem-se as palmeiras que ladeiam o caminho para o bonito Palácio do Governador.

Palácio do Governador
Prédio da autoria de Óscar Niemeyer 
Centro cultural de Belo Horizonte
Savassi, ponto central de Belo Horizonte, deve o seu nome a um padeiro italiano que se estabeleceu neste local nos anos 30 e que agregava à sua porta a Turma da Savassi famosa pelas suas peripécias noturnas. O nome perpetuou-se devido provavelmente à qualidade do pão comido de madrugada. As ruas não devem ser só de gente ilustre e letrada!
Savassi
Assisti a um espectáculo de forró, bem interpretado por um grupo serrano com um elemento que era músico, actor e turbina do espectáculo. Fiz questão de o cumprimentar e de lhe dizer que tem potencial para uma exibição a solo. Acho que percebeu o meu português e agradeceu muito. É música para alegrar os fins de dia penosos depois do trabalho árduo do campo e as festividades religiosas e pagãs.

Espetáculo de "forró"
Como cidade interior, tem uma vida cultural intensa, com variadas casas de espetáculos. O amigo Guilherme proporcionou-me o prazer de visitar numa casa de concertos recém inaugurada, com colocação da orquestra no cento da sala e assentos à sua volta. Acústica excecional e música clássica excelentemente executada contribuíram para que esta noite fosse inesquecível.
Casa de espetáculos de Belo Horizonte
A diversidade de Belo Horizonte vem da gastronomia, da oferta cultural de todos os géneros, da coexistência de estilos arquitetónicos e sobretudo porque geograficamente se situa numa confluência de rotas que nos transportam dos tempos do ouro através da “Estrada Real” aos tempos da modernidade do Niemeyer.

...sim na próxima mensagem descreverei a Pampulha
 de Óscar Niemeyer...

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