O nome é enigmático ”descalças reais” e com imaginação daria para tema ou título de livro.
As filhas ou irmãs de reis, rainhas e nobres de alta estirpe, com uma vida herdada de luxo e de honrarias, resolvem viver "descalças", para entrar bem noutro mundo, redimindo as suas fraquezas...
Filosofias à parte, o Mosteiro das Descalças Reais existe, literalmente no centro de Madrid, foi enriquecido com os dotes das futuras monjas e hoje tem um acervo artístico que pode ser visitado!
Exterior do Mosteiro das Descalças Reais |
Mais ainda... vivem lá hoje monjas enclausuradas e enquanto esperava pela hora de abertura do Mosteiro, perguntava-me como seria esta clausura!...
Reconheço que esta visita não estava programada o que avivou ainda mais a minha curiosidade. Li um letreiro que falava de Joana de Áustria, mãe de D. Sebastião, o nosso rei nevoeiro, que dizia o seguinte:
Portanto, a fundadora desde Mosteiro em 1559, transformou em lugar de recolhimento e clausura, segundo a ordem das clarissas, o palácio onde nasceu e viveu com os pais Carlos V e Isabel de Portugal.
Ficou viúva do príncipe herdeiro de Portugal, D.João Manuel, que morre prematuramente em 1554, dezoito dias antes do seu primogénito Sebastião nascer.
Analisados os factos D. Joana, irmã do rei Filipe II de Espanha, não viveu com o seu único filho.
Recorde-se que nessa época os casamentos eram "contratados" e não raro, dentro da mesma família, como aconteceu neste caso.
Devido à morte de D. Sebastião, quem herdaria o trono de Portugal acabaria por ser D. Filipe II de Espanha que já era dono do mundo por herança!
Realmente dava um romance incluindo as loucuras do menino-rei que queria conquistar o mundo dos infiéis.
História à parte estava na hora para a visita ao Mosteiro, que só pode ser realizada com guia que explica as obras das várias salas e capelas.
Detalhe da porta de entrada |
Acompanha-nos sempre um segurança para proibir fotos e evitar a dispersão do grupo.
Entre as maravilhas mostradas e infelizmente não fotografadas, começa-se por uma interessante escada com uma parede representando a família de Filipe II posicionada num camarote a ver o espetáculo das restantes paredes e o teto magistralmente pintados.
Estas são imagens importadas da internet mas recomendo vivamente uma pesquisa para visionar outras obras que tornam rico e interessante este acervo.
Igualmente é possível ver algumas das 33 capelas, número representativo da idade de Cristo e é também o número máximo de religiosas que o Mosteiro pode abrigar.
A visita finaliza no museu do mosteiro onde se encontram várias imagens religiosas da escola sevilhana, assim como tapeçarias retratando os monarcas de Espanha. Também aí podemos ver talvez o mais belo óleo de D. Sebastião, o rei-menino, sonhador, idealista que perdeu tudo para os “infiéis”.
D.Joana encontrou aqui a sua última morada, onde nasceu.
Infelizmente, nem todos os recantos do mosteiro estão abertos, pois ainda aí residem 19 religiosas em clausura.
Admiravelmente, o ambiente do mosteiro/museu, no centro da cidade, é de recolhimento e não se ouve qualquer ruído exterior.
Sim, é possível a clausura neste templo de paz!
...a visita ao Museu do Prado em Madrid cuja fundação se deveu à iniciativa de uma portuguesa, é incontornável...
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