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quinta-feira, 13 de outubro de 2016

PETROPOLIS NO VERÃO



Petrópolis, foi escolhida pelos Pedros Imperadores para fugir ao verão escaldante do Rio de Janeiro.
Se eu não tivesse Sintra, também escolhida por reis, era aqui que respiraria esta atmosfera no Brasil.

Reconheço, é muito europeia, nem o clima é tropical, mas a arte nova sempre me seduziu, as carruagens românticas também, as ruas ladeadas de árvores centenárias, os jardins bem tratados transformam esta cidade num lugar saudável para viver.
Casa de Petropolis

Rua de Petropolis

Começo pelo Palácio Imperial, mandado construir por D.Pedro II, uma vez que o seu pai, embora escolhesse o local, não teve tempo de materializar o desejo. As salas reflectem o gosto da época europeia nas louças, quadros, mobiliário, mas a madeira é do Brasil, nobre e duradoura.


Palácio Imperial
Para onde vai o Imperador vai a corte. Todos os recém nobres quiseram construir a sua moradia de verão para privar com a família imperial, obter favores, criar cumplicidades, enfim beber a civilização.

Assim, para além dos palácios, as ruas ladeadas de casas bem conservadas, arte nova, umas mais belas que as outras, elevam o nosso imaginário para o que seria a vida social desta cidade no século XIX.
Para ajudar ao cenário ainda circulam as carruagens agora com turistas do século XXI a tirar “selfies”, a rir claro!





Voltando aos palácios, além do Imperial vemos o Palácio do Rio Negro, residência de verão dos Presidentes da República que também concordaram com o Imperador relativamente à escolha do local de veraneio. Foi pertença do Barão do Rio Negro, fazendeiro agraciado com o título de barão em 1867, por D.PedroII. O que mais me impressionou neste palácio foi o chão de madeira nobre com desenhos de grãos de café, uma das fontes de riqueza do Brasil e do seu proprietário.
Palácio do Rio Negro

Soalho do Palácio do Rio Negro representando grãos de café
Mas para além dos veraneantes ilustres da actualidade também o aviador Alberto Santos Dumont escolheu viver aqui numa casa projectada por si, sem cozinha, porque mandava vir a comida feita. 
O escritor austríaco Stefan Zweig, judeu fugido à II Guerra Mundial viveu nesta atmosfera parecida com a sua Europa, mas não conseguiu libertar-se dos seus fantasmas e suicidou-se onde julgava ser feliz.
Casa do aviador Santos Dumont
A Catedral de S.Pedro de Alcântara é dedicada ao padroeiro da cidade e da monarquia brasileira. O actual edifício começou a ser construído em 1884 e terminado só em 1925, já no tempo da república, depois de períodos de estagnação da construção. O estilo neogótico, muito em voga nas catedrais francesas, foi o escolhido devido à ascendência da família imperial. Estão sepultados nesta Igreja os imperadores D. Pedro II, sua esposa e a filha Princesa Isabel. O voluntário cicerone considerando que era portuguesa mostrou-me o vitral da Rainha Santa Isabel da Hungria cheia de rosas… Também ela tem um milagre de rosas que eu desconhecia e ele também.

Catedral de S.Pedro de Alcântara
Vitral da Catedral de Petropolis da Rainha Isabel mas da Hungria!
O Palácio Quitandinha, foi construído em 1944, para ser o maior casino e hotel da América Latina, e utiliza o rococó hollyoodiano internamente e o normando francês externamente. A área envolvente ajardinada completa o quadro que serviu de hospedaria a gente célebre e jogadora quando a europa enfrentava a II Guerra Mundial. Nas suas dependências ocorreu a assinatura da declaração de guerra dos países americanos às forças aliadas. O lago em toda a extensão de sua imponente fachada possui o formato do mapa do Brasil e foi construído como único suporte viável no caso de um inesperado incêndio. Depois de ser proibido como casino, ficou como hotel inviável financeiramente. Atualmente é um condomínio de luxo pertencente principalmente a cariocas abastados.



Palácio Quitandinha
Termino esta mensagem com um recorte de uma notícia da época áurea desta cidade em que descreve a sua atmosfera.




      ...a próxima mensagem vou descrever as minhas impressões de Minas Gerais de onde veio tanto ouro para Portugal e nessa época fomos realmente ricos!

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