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quarta-feira, 2 de novembro de 2016

MADRID - Praça de Espanha

A Praça de Espanha, em Madrid capital, parece quase uma redundância… parece, mas talvez seja para realçar o estatuto de país unido.

Adquiriu a sua atual aparência no período do governo de Franco, especialmente com a construção da Torre de Madrid em 1957, conhecida por “La Jirafa” por durante algum tempo ser a mais alta do mundo.
Hoje é apenas um edifício em betão igual a tantos outros, não mais belo que os outros, mas com uma particularidade…
No centro da Praça em frente, situa-se um maciço obelisco com a estátua de Miguel de Cervantes, o maior vulto literário espanhol que em 1605, com quase 60 anos publicou o D. Quixote.
Praça de Espanha com obelisco e Jirafa
Miguel de Cervantes
Este seu herói foi armado cavaleiro numa estalagem pensando que era um castelo, combatia moinhos de vento imaginando que eram gigantes, a sua paixão por Dulcineia ultrapassava tudo que era possível, são elementos literários conhecidos, mas o mais icónico é o seu fiel amigo Sancho Pança, montado num burro, que o chama à razão.
Estátuas de D.Quixote e Sancho Pança lado a lado


Sancho Pança
D. Quixote

Gerard Garuoste, imaginando o encontro de D.Quixote com Dulcineia

Nesta imagem da internet, reprodução de ilustração de Gerard Garuoste, vemos os grandes braços de D. Quixote adorando a sua amada Dulcineia. Descreve assim a sua beleza, impossível de imaginar mais perfeita: 

"Ela é a minha rainha e senhora, e sua beleza sobrenatural, já que todos os atributos impossíveis e fantasiosos de beleza que os poetas aplicam a suas damas são verificados nela;seus cabelos são de ouro, sua testa campos elísios, suas sobrancelhas arco-íris, seus olhos sois, suas faces rosas, seus lábios corais, seus dentes pérolas, seu pescoço alabastro, seu peito mármore, suas mãos marfim...penso e imagino como a reflexão racional só pode exaltar, não comparar
D. Quixote de la Mancha, Volume 1 capítulo XIII

A sua obra foi bem aceite na época o que o motivou a escrever até à morte no dia 23 de Abril de 1616, dia em que também faleceu Shakespeare.

Para chegar a esta Praça atravessa-se a Gran Via, inaugurada em 1910, depois de muita contestação, como quando há mudanças radicais. Hoje vemos belos edifícios com pormenores de arte nova, rendilhados de ferro forjado nas varandas e um comércio movimentado e próspero, bem apoiado por transportes eficientes. 

 


... é difícil imaginar o Egito em Madrid? Talvez não...



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