Pesquisar

sábado, 26 de novembro de 2016

ROMA - Fontes

Os romanos sempre tiveram o culto da água.
Neptuno, o seu deus das águas e dos cavalos protegia-os contra tempestades e ninguém ousava enfrentá-lo. Representa-se grande, musculado, exibindo a sua força, às vezes montado em cavalos, liderando o seu exército de tritões, ninfas e sereias.
Neptuno na Fontana di Trevi
Para além da crença mitológica, os romanos eram excelentes engenheiros hidráulicos. Os aquedutos que projetaram, mantinham e defendiam, furaram a terra em muitos quilómetros, canalizando a água para termas e fontes e, quando o relevo deixava, apareciam artísticos arcos para sinalizar a sua presença. As termas fazem parte da civilização romana e nos territórios que conquistaram procuravam nascentes para perpetuar a cultura SPA (salus per aquam), com banhos para manter a saúde e simultâneamente para convivência social. As fontes de Roma são incontornáveis, de várias épocas, as mais imponentes renasceram pela mão de artistas e foram financiadas por mecenas. São os terminus dos aquedutos.

A Fontana di Trevi localiza-se no ponto terminal do Aqueduto da Água Virgem, mandado construir em 19 a.C. por Agripa, general próximo de Augusto. A que vemos hoje "afogada" em prédios que contornam as três vias (Trevi), teve intervenções de Nicola Salvi entre 1732 e 1751, contratadas pelo papa Clemente XII.
Fontana di Trevi
É palco permanente de uma visão cenográfica, com turistas a abastecer as águas com moedas, para a verem novamente e sempre. Neptuno aparece central e majestoso, num carro em forma de concha, com os seus cavalos marinhos liderados por tritões, rompendo as rochas e as águas, para mostrar a todos a sua força. 
À sua esquerda uma estátua representa a abundância e à da direita a saúde, temáticas associadas às águas. Por cima de cada estátua o autor leva-nos à origem do aqueduto com uma virgem mostrando a um legionário uma nascente de água e do outro lado Agripa aprovando os planos do aqueduto.
Saúde com a serpente
Abundância com o cesto cheio




















A Fontana da Água Feliz é o ponto terminal do aqueduto do mesmo nome. Agora, por ordem de Sisto V, é Moisés quem faz escorrer água das rochas.
Fontana da Água Feliz
Mas a surpresa foi encontrar na Via delle Quattro Fontane, exatamente quatro fontes uma em cada esquina. Diana e Juno descansam ao lado dos rios Tibre de Roma e Arno de Florença.
Diana
Juno












Fonte Rio Arno


Fonte Rio Tibre




















Existem muitas outras fontes romanas, criativas, obras de arte, que chegaram aos nossos dias com muitas histórias ouvidas, com lendas associadas, todas absolutamente necessárias à qualidade de vida dos romanos durante séculos. São uma homenagem romana à água como bem essencial. 

1 comentário: