Os 37 anos de vida de Rafael foram tão intensos em obras geniais, que qualquer biografia não consegue abranger, descrever ou interpretar devidamente, todo o seu curto caminho de vida como artista.
Amou perdidamente e transmitiu a sua paixão e carinho em todas as imagens femininas, Madonas ou figuras mitológicas. No seu olhar transmitem sentimentos identificáveis. A sua musa inspiradora guardou-a para si, enquanto viveu, no seu quadro onde nos mostra a sua conceção de beleza.
"La Fornarina", Rafael, Palácio Barberini |
Neste quadro, pintado em 1519, a sua amante ostenta no braço esquerdo uma bracelete onde se lê "Raphael Vrbinas".
Se repararmos bem, as figuras femininas em várias pinturas e frescos como por exemplo "A Galatea" têm parecença com Margherita Luti a "Fornarina" com quem manteve uma intensa relação amorosa em Roma.
Pintou palácios, igrejas, túmulos, altares, quadros, e em todas as obras movimentou pessoas com uma graciosidade, uma naturalidade, uma energia imbuídas dum sentimento como se estivessem num palco a representar, ao som de uma música inspiradora para cada momento.
A perfeição e expressividade das formas e a suavidade cromática glorificam as personagens com uma intensidade que é impossível deixar alguém indiferente.
A perfeição e expressividade das formas e a suavidade cromática glorificam as personagens com uma intensidade que é impossível deixar alguém indiferente.
Nasceu
em 1483 em Urbino, então epicentro do renascimento.
Aprendeu os primeiros passos com o seu pai também pintor com boas relações no meio artístico. Mostrou-lhe as obras de Piero de La Francesca, que mais tarde iriam ter influência na sua formação. Aos seis anos vai estagiar no estúdio de Pietro Perugino onde aprendeu a técnica de fresco, com tonalidades claras, paisagens idílicas, realizando em 1504 a sua primeira obra “O Casamento da Virgem”.
Vai para Florença nesse mesmo ano e toma conhecimento com as as obras de Miguel Ângelo e Leonardo Da Vinci grandes mestres do renascimento, nomeadamente a expressividade humana do primeiro e a técnica claro-escuro e o sombreado levemente esbatido do segundo.
Iniciará uma nova tipologia de pintura religiosa denominada "Madonnas", que são senhoras com meninos ao colo com um sorriso suave e protetor que se tornam num êxito fulminante e num motivo de constante aperfeiçoamento.
A da esquerda é de 1503 e a da direita é de 1514.
Chega a Roma em 1508 e tudo se passa muito depressa. O seu génio artístico começa a germinar, alcança rapidamente um patamar elevado. Bramante, seu familiar de Urbino, aconselha o papa Júlio II a contratar Rafael para a realização pictórica dos seus aposentos no Vaticano. Pretendia este pontífice glorificar o poder da Igreja Católica romana através da justificação do humanismo e do neoplatonismo.
Aprendeu os primeiros passos com o seu pai também pintor com boas relações no meio artístico. Mostrou-lhe as obras de Piero de La Francesca, que mais tarde iriam ter influência na sua formação. Aos seis anos vai estagiar no estúdio de Pietro Perugino onde aprendeu a técnica de fresco, com tonalidades claras, paisagens idílicas, realizando em 1504 a sua primeira obra “O Casamento da Virgem”.
Vai para Florença nesse mesmo ano e toma conhecimento com as as obras de Miguel Ângelo e Leonardo Da Vinci grandes mestres do renascimento, nomeadamente a expressividade humana do primeiro e a técnica claro-escuro e o sombreado levemente esbatido do segundo.
Iniciará uma nova tipologia de pintura religiosa denominada "Madonnas", que são senhoras com meninos ao colo com um sorriso suave e protetor que se tornam num êxito fulminante e num motivo de constante aperfeiçoamento.
A da esquerda é de 1503 e a da direita é de 1514.
Observamos estes admiráveis
frescos, absolutamente imperdíveis, nos Museus do Vaticano nas quatro “Stanze”
de Rafael aposentos decorados entre 1508 e 1524 , pelo pintor e seus
discípulos:
A Sala de Constantino com painéis ilustrando episódios de triunfo da
fé cristã relacionados com o Imperador Constantino e a sua conversão à fé
cristã.
A Sala de Heliodoro ilustra cenas do Antigo Testamento entre as
quais e da Expulsão de Heliodoro do Templo.
A Sala do Fogo no Burgo, foi decorada por Perugino e era usada por
Leão X para suas refeições, foi depois redecorada por Rafael, ilustrando as
aspirações políticas deste papa, através de cenas da vida de dois papas
anteriores com o mesmo nome, Leão III (A coroação de Carlos
Magno e A justificação de Leão III) e Leão IV (Fogo no
Burgo e a Batalha de Óstia). No entanto, em todas as cenas o retrato do papa é o de Leão X, que lhe encomendou a obra.
A Sala da Segnatura,
“ Stanza della Segnatura” (1509) tem os mais famosos frescos de Rafael
nos Museus do Vaticano: A Disputa do Santíssimo Sacramento,
ilustrando a Verdade Sobrenatural, as Virtudes,
expressando o Bem, o Parnaso com Apolo e as
Musas representando a Beleza e a Escola de Atenas, referindo a Verdade Racional. Este último
fresco ilustra a continuidade histórica do pensamento filosófico de Platão e
Aristóteles representados com destaque no centro do fresco.
Pormenor do fresco da Sala do Burgo representando Leão X |
A identificação das restantes figuras é hipotética e associada aos instrumentos com elas representados.
Rafael resolve aparecer ao lado do seu amigo, assim como é
sugerida a semelhança com alguns seus contemporâneos que segundo o seu conceito
mereciam adquirir uma dupla identidade para a posteridade. Deixou um enigma
para resolver, quem sabe para que melhor observassem a sua obra de arte.
"Stanza della Segnatura"Escola de Atenas,Rafael,1509, Museus do Vaticano |
Euclides
(Bramante?) desenha uma figura geométrica perante um grupo de jovens
|
Heraclito (Miguel
Ângelo?)
|
Rafael de chapéu escuro com o seu amigo Sodoma |
Desenhou também desenhos
para tapeçarias a serem executadas em Bruxelas, para a Capela Sistina.
O banqueiro de Siena Agostino Chigi confia-lhe a realização dos frescos do palácio que estava a construir no Trastevere, arredores de Roma. Recorreu à ajuda dos seus discípulos, pois ainda estava a terminar os trabalhos no Vaticano. A obra ficou sublime.
O seu êxito foi meteórico, parecia uma corrida contra o tempo, e em 1517 começa a sua derradeira obra "Transfiguração" que não chegou a terminar, acompanhando-o no velório e funeral numa sexta-feira santa, 6 de Abril, dia do seu aniversário.
Pensava que a beleza
devia ser encontrada na natureza e nos sentimentos com uma expressão
compreensível, harmónica e serena.
Subiu ao céu da eternidade.
O banqueiro de Siena Agostino Chigi confia-lhe a realização dos frescos do palácio que estava a construir no Trastevere, arredores de Roma. Recorreu à ajuda dos seus discípulos, pois ainda estava a terminar os trabalhos no Vaticano. A obra ficou sublime.
O seu êxito foi meteórico, parecia uma corrida contra o tempo, e em 1517 começa a sua derradeira obra "Transfiguração" que não chegou a terminar, acompanhando-o no velório e funeral numa sexta-feira santa, 6 de Abril, dia do seu aniversário.
Transfiguração, Rafael,1517, Museus do Vaticano |
Subiu ao céu da eternidade.
... CARAVAGGIO, pintor controverso, deixou humanismo no sagrado...
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