Os CRISTÃOS CATÓLICOS começaram a dominar a cultura de Toledo desde a conquista de Afonso VI de Castela em 1085 até hoje.
A imponente Catedral de Santa Maria de Toledo, em
estilo gótico, tem a envergadura de uma capital do reino.
Começou a
construir-se em 1226, reinando Fernando III de Castela e só foi concluída no
século XV, 1493, no tempo dos reis católicos. Foi implantada sobre uma igreja
visigótica (578) e na época de ocupação muçulmana havia neste local a Mesquita
Maior de Toledo. Portanto, um local muito sagrado para as diferentes culturas.
Está localizada no aglomerado urbano, com cinco portas de entrada. A principal dá para o largo onde se pode ter uma perspetiva melhor do templo. As laterais estão absolutamente inseridas nas construções citadinas, perdendo porventura parte da sua beleza neste enquadramento.
A Porta do Relógio foi a primeira a ser construída e a Porta dos Leões a última.
Apenas a torre consegue erguer-se e mostrar a sua beleza. É de estilo gótico com influência muçulmana, terminando de uma forma original com três coroas imitando uma tiara.
Os sinos aí existentes deviam (ou devem?) ouvir-se
muito longe. São peças realmente notáveis a condizer com toda a envolvência.
Valeu a pena a subida “acrobática” também para observar Toledo num bonito dia
de sol sem calor.
Quando se entra, por um Porta do Relógio, a sensação que se tem é que não sabemos para onde olhar, ou por onde começar, as imagens sobrepõem-se, as grades guardam relíquias, as cúpulas e as rosáceas têm vitrais para coar a luz, enfim, o melhor é seguir as setas, nem sempre visíveis, não o melhor é parar e observar para encontrar o caminho. Reposta a ordem, reparo numa enorme e original pintura mural de S. Cristóvão que ocupa uma nave.
Segundo a lenda, um gigante de Canaan depois da sua conversão ao cristianismo, numa ocasião, ajudou uma criança chamada Jesus a atravessar um rio. Surpreendido com o peso da criança, esta explicou-lhe que se devia aos pecados do mundo que levava às costas. O gigante passou a chamar-se Cristóvão que significa “portador de Cristo”. Assim se justifica o tamanho da imagem que ocupa uma nave. Na Idade Média, acreditava-se que quem olhasse esta imagem durante esse dia estava a salvo dos perigos da água, do fogo ou de terramotos. S. Cristóvão passou a ser o santo associado às viagens bem-sucedidas.
Na verdade, a partir daí,
a minha viagem pela Catedral encontrou um rumo, embora o meu conhecimento não
consiga compreender toda a riqueza em histórias, túmulos, sobreposição de
estilos, abóbadas enfim... relato apenas o que me impressionou.
Os sábios vídeos de Zita Calvo Hidalgo sobre a Catedral de Toledo ajudam a perceber o contexto da sua construção, os estilos envolvidos, as modificações feitas e até uma leitura da realidade da Idade Média percetível num contexto atual.
O altar-mor é dourado, preservado com um gradeamento de ferro abundante em Toledo. O trabalhado tem execução exímia, mas são tantos os elementos figurativos que não se consegue identificar nenhum, ressalta o conjunto, belo para olhar.
No interior do gradeamento, encontra-se a relíquia: uma expressiva imagem da Virgem Maria, num diálogo carinhoso com o seu filho.
As cadeiras do coro foram observadas porque estão ao nível da nossa visão e chamam a atenção pela sua originalidade. Cada uma conta uma história onde se cruza o sagrado e o profano. É uma forma de comunicação com os fiéis absolutamente eficaz. Muito interessante a ideia, o trabalhado e a meritória preservação através dos tempos. Há múltiplos artigos sobre esta temática, fruto de pesquisa de especialistas. Escolhi instintivamente esta cadeira para me “sentar” e descobrir o tema que me calhou. Provérbio de muita atualidade e inspirado na passagem de Mateus [ 7,6 ]: “Não dês coisas santas aos cães, nem lanceis flores (pérolas) a porcos… voltam-se contra ti e vão rasgar-te em pedaços.” Brueghel, pintor flamengo do século XVI, também achou esta temática interessante...
Os vitrais de uma rosácea, emoldurados em pequenas rosáceas resultam num efeito gracioso. A sua realização situa-se entre os séculos XIV e XVII e estão localizados estrategicamente para que a luz entre e produza efeito na peças artísticas da catedral sobretudo ao nascer ou ao pôr do sol.
Quando a riqueza ornamental é muita, a tendência é procurar pormenores para apreciar e que nos levam posteriormente a pesquisar.
Está localizada no aglomerado urbano, com cinco portas de entrada. A principal dá para o largo onde se pode ter uma perspetiva melhor do templo. As laterais estão absolutamente inseridas nas construções citadinas, perdendo porventura parte da sua beleza neste enquadramento.
A Porta do Relógio foi a primeira a ser construída e a Porta dos Leões a última.
Porta do Relógio |
Porta dos Leões |
Apenas a torre consegue erguer-se e mostrar a sua beleza. É de estilo gótico com influência muçulmana, terminando de uma forma original com três coroas imitando uma tiara.
"Tiara" da torre da Catedral |
Quando se entra, por um Porta do Relógio, a sensação que se tem é que não sabemos para onde olhar, ou por onde começar, as imagens sobrepõem-se, as grades guardam relíquias, as cúpulas e as rosáceas têm vitrais para coar a luz, enfim, o melhor é seguir as setas, nem sempre visíveis, não o melhor é parar e observar para encontrar o caminho. Reposta a ordem, reparo numa enorme e original pintura mural de S. Cristóvão que ocupa uma nave.
Segundo a lenda, um gigante de Canaan depois da sua conversão ao cristianismo, numa ocasião, ajudou uma criança chamada Jesus a atravessar um rio. Surpreendido com o peso da criança, esta explicou-lhe que se devia aos pecados do mundo que levava às costas. O gigante passou a chamar-se Cristóvão que significa “portador de Cristo”. Assim se justifica o tamanho da imagem que ocupa uma nave. Na Idade Média, acreditava-se que quem olhasse esta imagem durante esse dia estava a salvo dos perigos da água, do fogo ou de terramotos. S. Cristóvão passou a ser o santo associado às viagens bem-sucedidas.
Os sábios vídeos de Zita Calvo Hidalgo sobre a Catedral de Toledo ajudam a perceber o contexto da sua construção, os estilos envolvidos, as modificações feitas e até uma leitura da realidade da Idade Média percetível num contexto atual.
O altar-mor é dourado, preservado com um gradeamento de ferro abundante em Toledo. O trabalhado tem execução exímia, mas são tantos os elementos figurativos que não se consegue identificar nenhum, ressalta o conjunto, belo para olhar.
No interior do gradeamento, encontra-se a relíquia: uma expressiva imagem da Virgem Maria, num diálogo carinhoso com o seu filho.
As cadeiras do coro foram observadas porque estão ao nível da nossa visão e chamam a atenção pela sua originalidade. Cada uma conta uma história onde se cruza o sagrado e o profano. É uma forma de comunicação com os fiéis absolutamente eficaz. Muito interessante a ideia, o trabalhado e a meritória preservação através dos tempos. Há múltiplos artigos sobre esta temática, fruto de pesquisa de especialistas. Escolhi instintivamente esta cadeira para me “sentar” e descobrir o tema que me calhou. Provérbio de muita atualidade e inspirado na passagem de Mateus [ 7,6 ]: “Não dês coisas santas aos cães, nem lanceis flores (pérolas) a porcos… voltam-se contra ti e vão rasgar-te em pedaços.” Brueghel, pintor flamengo do século XVI, também achou esta temática interessante...
Os vitrais de uma rosácea, emoldurados em pequenas rosáceas resultam num efeito gracioso. A sua realização situa-se entre os séculos XIV e XVII e estão localizados estrategicamente para que a luz entre e produza efeito na peças artísticas da catedral sobretudo ao nascer ou ao pôr do sol.
Quando a riqueza ornamental é muita, a tendência é procurar pormenores para apreciar e que nos levam posteriormente a pesquisar.
... um detalhe interessante chamou a minha atenção...
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