Pesquisar

sábado, 5 de novembro de 2016

TOLEDO - Cultura Hebraica

Os JUDEUS sempre tiveram uma existência errante.

Os “sefarditas”, judeus que viveram na Península Ibérica desde o século X, até serem expulsos em 1492 no caso não se convertessem ao cristianismo, formavam importantes e ricas comunidades nas cidades onde habitavam. Trabalhadores, eram exímios na atividade financeira e comercial, com crenças e costumes que perduram até hoje com um rigor inquestionável e impermeável à mudança dos tempos.

Azulejo no chão no bairro judaico

Muitos trabalhos têm sido feitos sobre a inquisição e o “julgamento” público (autos de fé) de todos os que não professassem a religião católica neste período da Idade Média.

Os chamados “cristãos novos” que por razões de sobrevivência teriam que aparentemente professar o cristianismo, tinham uma vida clandestina, unindo-se para continuar na sua crença ancestral. Gerou-se um clima de “caça às bruxas” com o surgimento de detratores que muitas vezes utilizavam este pretexto para vinganças pessoais e também para enriquecer (devido à expropriação dos bens dos judeus). Devido ao seu dinamismo era um estrato social em ascensão, protegido pela coroa, quando lhe convinha. 

Qualquer visita a Sinagogas e a museus de judeus tem como pano de fundo toda esta história que nada dignifica o humanismo. Recentemente, como se não bastasse confrontamo-nos com o holocausto em pleno século XX. 

Existem em Toledo duas sinagogas medievais: Santa María la Blanca, a mais antiga e El Transito ou Sinagoga de Samuel ha Levi uma sinagoga maior, com um excelente museu sefardita da cultura judaica.

Situa-se no bairro judeu a oeste da cidade.

Foi mandada construir no século XIV por Samuel ha Levi, tesoureiro do rei de Castela D. Pedro I usufruindo da influência que tinha junto deste monarca.

Com a expulsão dos judeus foi transformada em igreja cristã por ordem dos reis católicos que a outorgam à Ordem de Calatrava. Foi hospital e até lugar de sepultura de cavaleiros de calatrava. O nome de “El Transito” deve-se ao facto de, no século XVII, um cavaleiro calatravo encomendar a um pintor toledano uma imagem de Nossa Senhora del Transito que se destinava a esta igreja. Durante as guerras napoleónicas foi utilizada como barracão militar, sofrendo uma contínua deterioração durante o século XIX.

Atualmente é considerada Monumento Nacional, sendo assim restaurada e preservada. 
Rendilhado do interior da Sinagoga "El Transito"

Pormenor do rendilhado
Janelas da Sinagoga

Apresenta um rendilhado magnífico, bem conservado, encimado por um teto de madeira com trabalho minuciosamente trabalhado.
Teto da sinagoga "El Transito"

O Museu dos "sefarditas" é absolutamente exemplar como rico testemunho de todas as tradições judias, desde as cerimónias religiosas até ao ritual das refeições. Observamos ilustrativos adereços como candeeiros, toalhas, vestuário, mesas postas à espera dos participantes. 



Quem quiser explorar esta cultura, este é um excelente local disponível com documentos autênticos para estudo ou simplesmente, pensar de forma aberta, que há diferentes modos de abordar Deus.

...a Catedral de Toledo é um mundo de estilos, simbolismos e muita riqueza...

.


1 comentário: