Os JUDEUS sempre tiveram uma existência errante.
Os “sefarditas”, judeus que viveram na Península Ibérica desde o século X, até serem expulsos em 1492 no caso não se convertessem ao cristianismo, formavam importantes e ricas comunidades nas cidades onde habitavam. Trabalhadores, eram exímios na atividade financeira e comercial, com crenças e costumes que perduram até hoje com um rigor inquestionável e impermeável à mudança dos tempos.
Azulejo no chão no bairro judaico |
Muitos trabalhos têm sido feitos sobre a inquisição e o “julgamento” público (autos de fé) de todos os que não professassem a religião católica neste período da Idade Média.
Os chamados “cristãos novos” que por razões de sobrevivência teriam que aparentemente professar o cristianismo, tinham uma vida clandestina, unindo-se para continuar na sua crença ancestral. Gerou-se um clima de “caça às bruxas” com o surgimento de detratores que muitas vezes utilizavam este pretexto para vinganças pessoais e também para enriquecer (devido à expropriação dos bens dos judeus). Devido ao seu dinamismo era um estrato social em ascensão, protegido pela coroa, quando lhe convinha.
Qualquer visita a Sinagogas e a museus de judeus tem como pano de fundo toda esta história que nada dignifica o humanismo. Recentemente, como se não bastasse confrontamo-nos com o holocausto em pleno século XX.
Existem em Toledo duas sinagogas medievais: Santa María la Blanca, a mais antiga e El Transito ou Sinagoga de Samuel ha Levi uma sinagoga maior, com um excelente museu sefardita da cultura judaica.
Situa-se no bairro judeu a oeste da cidade.
Foi mandada construir no século XIV por Samuel ha Levi, tesoureiro do rei de Castela D. Pedro I usufruindo da influência que tinha junto deste monarca.
Com a expulsão dos judeus foi transformada em igreja cristã por ordem dos reis católicos que a outorgam à Ordem de Calatrava. Foi hospital e até lugar de sepultura de cavaleiros de calatrava. O nome de “El Transito” deve-se ao facto de, no século XVII, um cavaleiro calatravo encomendar a um pintor toledano uma imagem de Nossa Senhora del Transito que se destinava a esta igreja. Durante as guerras napoleónicas foi utilizada como barracão militar, sofrendo uma contínua deterioração durante o século XIX.
Atualmente é considerada Monumento Nacional, sendo assim restaurada
e preservada.
Rendilhado do interior da Sinagoga "El Transito"
Pormenor do rendilhado |
Janelas da Sinagoga |
A visitar numa próxima viagem!
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